Introdução
Independentemente à análise que seja realizada, no mercado financeiro, analistas buscam prospectar ativos com potencial de valorização em seu preço. Ou seja, o intuito da análise é encontrar o(s) ativo(s) que poderá ser negociado a um preço superior ao que foi pago.
Dentre os principais modelos de prospectar ativos com o devido potencial de valorização, há a análise fundamentalista e análise técnica.
Não há consenso sobre qual análise é melhor. Entretanto, não é necessário isolá-las entre si. Muito utilizado nos Estados Unidos da América, a análise fusion representa a fusão entre a análise técnica e a análise fundamentalista. Sendo assim, subentende-se que é possível afirmar que as análises fundamentalista e técnica têm o potencial de serem complementares.
No presente blog, distinguiremos os modelos de análise a fim de aprofundarmo-nos em suas técnicas.
Sobre Análise Fundamentalista
Mais conhecida e utilizada pelo mercado, a análise fundamentalista tem como principal propósito definir o valor intrínseco de um ativo.
Para isso, essa análise utiliza dados macroeconômicos, setoriais, empresariais e financeiros, a fim de compreender os principais drivers e tendências daquela empresa. É possível encontrá-los em sites governamentais, pesquisas públicas e privadas e, principalmente, nos sites de relacionamento com o investidor – existente em empresas com capital aberto (listadas em bolsa).
Com os dados, muitos analistas utilizam modelos de valuation, ou modelos matemáticos, com o objetivo de precificar o papel – ou criar seu edge. A análise fundamentalista é considerada por muitos analistas e gestores menos objetiva do que a análise técnica.
Em suma, a análise fundamentalista detém como objeto de estudo a companhia/empresa. Por esse motivo, que cria a necessidade de se encontrar o valor intrínseco da ação da empresa, é realizada a análise macroeconômica, setorial, empresarial e financeira.
Nessa análise, o acesso às informações relevantes são vistos para muitos como o “acesso ao lucro”, deixando “informações” e “lucros” no mesmo patamar.
Sobre Análise Técnica
A análise técnica consiste em realizar projeções do comportamento do preço de um ativo com base em seu passado.
Pela volatilidade, ou seja, pelo potencial de flutuação do preço em torno de seu valor intrínseco, muitas vezes causada pelo sentimento do mercado, a análise técnica encontra oportunidades de lucro: comprar um ativo por um preço X, com a intenção de vendê-lo por X + valorização.
Pelo uso estatístico, a análise técnica busca racionalizar decisões em torno do sentimento do mercado. Seu principal papel é de encontrar e definir tendências de maneira objetiva.
Na análise técnica, desconsidera-se o valor intrínseco de um papel. Nesse caso, o objeto de estudo é a AÇÃO, e não a empresa. Por isso, nesse caso, não se tem macroeconomia, análises setorial, empresarial e financeira com a mesma relevância vista em análise fundamentalista.
Titãs das Análises
A caráter educativo, alguns nomes renomados nas análises supramencionadas são:
Análise técnica: Charles Dow, Richard Wyckoff, Elliott e Gann, por exemplo.
Análise Fundamentalista: Benjamin Graham, Warren Buffet e Peter Lynch, por exemplo.
Por meio do estudo das principais figuras de cada modelo de análise, é possível desenvolver a base sólida e fértil para o aprofundamento na análise de ativos financeiros.
Benjamin Graham, autor de “O Investidor Inteligente”, foi mentor de Warren Buffet, uma das personalidades mais ricas do mundo.
Por outro lado, Charles, em conjunto com Edwards John, foi extremamente influente no desenvolvimento do índice industrial Dow Jones, entre outras ferramentas do mercado financeiro.
Conclusão
Não há um consenso comprovado de qual análise detém maior taxa de assertividade. Cabe ao estilo do analista determinar a análise a ser realizada.
Na análise fundamentalista, é possível buscar precificar empresas e ativos tradicionais, contudo, ainda é considerado um desafio contábil a precificação de criptomoedas: o que torna difícil aplicar modelos de valuation.
Por outro lado, a análise técnica é muito utilizada no mercado de criptomoedas: a ignorância do valor intrínseco (e análise do sentimento) torna a análise mais precisa nesse caso, tendo em vista a dificuldade de precificação dessa classe de ativos.