A curva de Phillips descreve essencialmente a relação entre inflação e desemprego como inversa, sugerindo que a redução da inflação resultará em aumento do desemprego. Este princípio pode assim ter uma forte influência nas políticas econômicas destinadas a influenciar estas duas medidas.
O que a curva de Phillips mostra?
Com base em quase um século de dados no Reino Unido até a década de 1950, o economista A. W. Phillips determinou que o crescimento dos salários (ou seja, a inflação) aumentava mais rapidamente quando o desemprego era baixo. Ele descreveu a relação traçando a relação entre inflação e desemprego (mostrado abaixo).
O estudo de Phillips se alinha com a noção intuitiva de que o baixo desemprego leva à competição entre os empregadores (contratantes) por trabalhadores qualificados (contratados), resultando em aumentos salariais.
Por outro lado, o alto desemprego permite que os empregadores (contratantes) diminuam os salários à medida que existem cada vez mais trabalhadores (contratados) disponíveis no mercado para contratação.
A relação inversa entre inflação e desemprego sugere que não é possível minimizar ambas as variáveis – premissa que fundamenta a política econômica dos EUA para equilibrar às duas em uma faixa aceitável.
No entanto, também sugere que a ação para conter a inflação (como está ocorrendo atualmente em 2022 por meio de aumentos das taxas de juros) provavelmente fará com que o desemprego aumente.
O Fed está ciente dessa eventualidade e do potencial de empurrar a economia para uma recessão com aumentos de taxas excessivamente agressivos, enquanto tenta conduzir a economia para um “aterrissagem suave” (soft landing) de seu recente pico de inflação.
Por fim, o ponto mais importante… Como a curva de Phillips é útil para os investidores?
Os investidores podem usar o princípio da curva de Phillips como um guia para estimar para onde a inflação pode ir no curto ou no longo prazo, dada a taxa de desemprego e considerando quaisquer variáveis exógenas importantes.
O simples fato de saber que, no curto prazo, a inflação provavelmente terá uma relação inversa com o desemprego, mas que, no longo prazo, não tem relação alguma, pode ajudar a avaliar várias maneiras potenciais de estruturar a carteira de investimentos em um ambiente inflacionário (principalmente quando falamos em Brasil). Além disso, pode ajudar os investidores a anteciparem futuras mudanças nas taxas de juros à medida que os números da inflação são publicados.